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21/08/2015 | Sexta-feira | 17h19

Reunião no MP adia decisão sobre a realização do desfile de 20 de Setembro

Promotor concedeu prazo de cinco dias para que entidades presentes ao encontro manifestem-se por escrito acerca da realização do evento, diante dos riscos decorrentes da doença de mormo

Por Juliano Barbosa

imprensa@itaqui.rs.gov.br

Participantes defenderam pontos de vista divergentes sobre o assunto

Participantes defenderam pontos de vista divergentes sobre o assunto
Foto: Juliano Barbosa

A doença de mormo, que atinge cavalos, mas que pode ser transmitida ao homem, e a suspeita de um surto da doença em algumas localidades do Estado, o que inviabilizaria a realização do desfile de 20 de Setembro, foi pauta de uma reunião solicitada pela administração municipal e realizada no início da tarde desta sexta-feira, 21, na sede local do Ministério Público.

Durante o encontro, o prefeito Gil Marques Filho, sua assessora especial, Elise Piffero, o coordenador da Comissão Organizadora da Semana Farroupilha (Cosfa), Márcio Barros, e representantes do escritório municipal da Inspetoria Veterinária do RS, da Secretaria Municipal da Saúde, das Vigilâncias Epidemiológica e Sanitária do município, do Sindicato Rural, do CTG Cristóvão Pereira de Abreu, da Secretaria Municipal da Agricultura, da Brigada Militar e da Regional da Secretaria Estadual da Agricultura e Pecuária expuseram seus pontos de vista a respeito do possível surto da doença e sobre a realização do referido evento.

Mesmo que os participantes tenham defendido em suas manifestações pontos de vista divergentes em sua maioria, todos concordaram quando o promotor de justiça em substituição, Vitassir Edgar Ferrareze, disse “vou me basear no princípio da precaução”, fazendo referência a uma tomada de decisão.

– Nesse caso, devem prevalecer as avaliações técnicas. Todos nós sabemos que há risco, é inegável. Eu fui provocado e tenho de me manifestar, mesmo contrariando interesses – ressaltou.

Ele ainda observou que, caso a suspensão do desfile de 20 de Setembro prevaleça, outros eventos em que haja aglomeração de cavalos deverão ser proibidos na cidade até dezembro, prazo final da quarentena.

Ao final, Vitassir concedeu prazo de cinco dias para que todas as entidades presentes à reunião manifestem-se por escrito acerca da realização do desfile farroupilha, diante dos riscos decorrentes da doença de mormo, para só então emitir um parecer. Para o prefeito, está claro que o promotor decidirá pela não realização do evento.

– Acredito que vai ser uma orientação no sentido de que não corramos um risco desnecessário, haja vista que ainda se sabe muito pouco sobre a doença. Ninguém aqui quer prejudicar os festejos, mas temos que levar em conta a saúde das pessoas – declarou Gil.

Contudo, mesmo não havendo desfile, os festejos farroupilhas serão mantidos.

– A Semana Farroupilha vai ser realizada, ela não será cancelada, que fique claro para a população e para os tradicionalistas. Estamos falando de um evento dentro da programação, que é o desfile. Além do mais, se for o caso, podemos fazer um desfile sem cavalos, por que não? Vou sentar e expor às entidades tradicionalistas o que foi tratado nessa reunião – destacou o coordenador da Cosfa, Márcio Barros.

Segundo a chefe do escritório municipal da Inspetoria Veterinária do RS, a médica veterinária Alessandra Gavião, um cavalo do 1º RC Mec, através de vínculo epidemiológico, já que recentemente teve contato com cavalos doentes em outro Estado, está com suspeita de ter contraído a doença de mormo. O animal está sendo mantido em quarentena.

Saiba o que é a doença de mormo

O mormo é uma doença infecto-contagiosa que acomete cavalos, mas também pode ser transmitida ao homem. Em 1968 foi considerada extinta no Brasil. No entanto, estudos sorológicos realizados nos anos de 1999 e 2000 detectaram a presença da enfermidade em alguns estados do país. Já nos Estados Unidos e na Europa, ela foi erradica. Na África e Ásia frequentemente é diagnosticada.

A infecção por esta bactéria se dá através do contato com fluídos corporais dos animais doentes, como pus, urina, secreção nasal e fezes. Este agente pode penetrar no organismo pela via digestiva, respiratória, genital ou cutânea (através de alguma lesão), alcançando a circulação sanguínea e indo se alojar em alguns órgãos, em especial, nos pulmões e fígado. O período de incubação é de aproximadamente quatro dias.

O tratamento não é indicado, pois os animais permanecem infectados por toda a vida, tornando-se fontes de infecção para outros animais. O controle do mormo é baseado no isolamento da área que contém animais doentes, sacrifício destes animais, isolamento e reteste dos suspeitos, cremação dos corpos dos infectados, bem como desinfecção das instalações e de todo o material que entrou em contato com os doentes (fonte: jornalafonte.com.br).

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